quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

quando um filho se emociona com a beleza de um peixe

Tento arrumar estes anos na minha cabeça. Não estou a fazer psicoterapia há mais de um ou dois anos, não me apetece fazer contas. Penso que ainda me sinto um pouco abalada por tudo, pois ainda preciso de ir falando das coisas. Como alguém que sofreu um acidente e relata os eventos a cada pessoa com que se cruza. Por outro lado, tenho vontade de estar de pé, já não deixo que essas coisas me abatam funcionalmente. As voltas que a vida dá. São seis anos, o tempo de vida deste blog que atravessou a minha tomada de coragem para me lançar a tratamentos de fertilidade, seguidos de um turbilhão de emoções que culminaram com o abandono do sonho da maternidade biológica, em 2014, e, depois, a escalada com a minha histerectomia, a perda de emprego do Chaparro, a chegada dos meus dois filhos e a perda do meu pai. 2012 foi ainda agora, mas foi há muito mais do que seis anos. Agora, os meus pensamentos são interrompidos por coisas como quando o meu filho se emociona com a beleza de um peixe. E suspeito que isso terá um influência na minha escrita. A ver vamos, estou a tentar regressar. Estive três anos sem ler livros sobre parentalidade e praticamente sem escrever sobre o tema.

O dia é limpo quando um filho se emociona com a beleza de um peixe,
Cipreste

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Um novo regresso

Olá :)

Sim, faço um novo regresso ao blog.

Tenho sempre muitas saudades, mas o caminho, por vezes, implica ausências.

Nos próximos dias, falarei do que temos feito.
Hoje, quero deixar esta mensagem: Amo-te.


Acho que posso dizer que é uma mensagem com uma importância especial para as pessoas que passaram por situações como os nossos filhos.

E, com isto, partilho aqui convosco uma coisa de que dei conta recentemente:

Sempre que ia aconchegar a minha filha (agora com 13, adoptada aos 10), ela não me dava tempo de lhe dizer “amo-te muito” ou, no início, “gosto muito de ti”. Assim que eu me aproximava para lhe dar beijinho ela sacava rapidamente do “adoro-te!”
E eu sentia a frustração de não ser a primeira a dizê-lo.
E sentia que havia ali uma pressa. Quase como que um garantir de que ali seria proferida uma declaração de amor.
Recentemente, a minha filha começou a dar-me espaço e agora sou eu que digo primeiro.
Ela espera por mim. Ela não receia que reste silêncio. Ela confia em mim. Ela SABE que eu a amo.

Bom dia a todos :)

Que o dia vos seja limpo,
Cipreste